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Queria morar em Teto para Dois

sábado, 22 de agosto de 2020

Teto para dois, onde eu queria morar

Sempre ouvi que Teto para Dois era um livro ótimo, mas posterguei a leitura. Hoje, me arrependo de ter deixado para depois e recomendo esse livro como prioridade para todo mundo que quer sentir um quentinho no coração. A história é um clichê e o ritmo do texto dá a impressão que estamos assistindo a um filme romântico, daqueles que todo mundo gosta e vê novamente. 

É uma leitura de fácil absorção, terminei ele em 10 horas e foi tão envolvente que passei uma madrugada inteira dentro da história de Tiffy e Leon. Eles são personagens adultos, com personalidades totalmente diferentes e com uma bagagem emocional grande. 

O livro todo tem 392 páginas e ora um capítulo fala de Tiffy, ora de Leon. São curtos, o que dá um bom ritmo de leitura e desperta vontade de seguir acompanhando as novidades e descobertas da rotina de cada um. No começo, temos a apresentação dos personagens e com isso, nossa cabeça fica dividida entre duas histórias distintas, contudo, conforme eles vão se relacionando mais, conseguimos entrar numa mão única de acontecimentos. Em questões técnicas, o que me fez demorar um pouco para engatar mais a leitura foi a distinção do modelo de introdução de fala do Leon. Com ele, as conversas acontecem com o nome do locutor primeiro, seguido da voz. Com Tiffy, temos o tradicional travessão que dá espaço para a conversa. 

Modelo de introdução de fala, nos capítulos do Leon.
Não é só de amor que se trata o livro. A história de ambos se torna ainda mais envolvente porque eles estavam tentando administrar problemas nos antigos relacionamentos que muitas vezes os próprios leitores estão envolvidos. Kay, por exemplo, era uma namorada possessiva e ciumenta. Tão controladora que sua condição para "permitir" que Leon sublocasse seu apartamento para Tiffy era que ele nunca se encontrasse com ela, (tipo, oi?). Do outro lado temos Justin, um cara possessivo, agressivo e que durante todo o seu relacionamento com Tiffy, praticou abuso psicológico. Sabe quando o cara faz pensar que a mulher é louca? pois bem, esse caso é bem ilustrado nesse livro. Podemos conhecer os sintomas do gaslighting na vítima, e entender como as informações são omitidas e distorcidas para favorecer um abusador. Peguei ódio do embustre do Justin? Claro. 

Mas não é só de ranço que vive essa resenha. A forma como a comunicação dos personagens foi construída desperta aquele sentimento de "queria um relacionamento assim". Em um mundo onde tudo é feito online, ter um livro que destaca o começo de um relacionamento onde os personagens nunca se encontram e conversam via post-its, é deslumbrante. O melhor e mais destacável na minha opinião, é a construção da amizade dos dois. Eles não se apaixonam a primeira vista, o amor é construído aos poucos. Principalmente, quando o melhor momento do dia dos dois era chegar no apartamento para conferir os recados deixados pela casa. Ambos, através dos bilhetes, se tornam confidentes, parceiros, o que torna o encontro dos dois ainda mais esperado. 

Rabisquei boa parte do livro sim! 

Eu acredito que tudo nesse livro é cativante. O romance não se torna exaustivo porque os demais personagens possuem características que dá vontade de pegar eles e guardar em um potinho. Os pacientes da casa de repouso onde Leon trabalha como enfermeiro são muito importantes para entender a personalidade do personagem principal: Holy sempre animada, o Sr. Prior sempre muito sábio. (ALIAS, EIS O PRIMEIRO FIO SOLTO, QUAL O FINAL DO SR. PRIOR? ELE MORRE?) Richie, que nos oferece uma visão do passado de Leon. Do lado da Tiffy, toda a rede de apoio que ela possui, com amigos extraordinários como o Mo, a Gerty e a Rachel (OUTRA PONTA SOLTA, CADÊ RACHEL NO FINAL?). 

Visão geral do livro. 

Apesar dessas duas pontinhas soltas, essa é uma comédia romântica que eu adoraria ver adaptada para o cinema. De forma decente, claro. No final, a gente fica com saudade do livro, querendo ter feito a leitura de forma mais devagar para poder ter um contato mais longo com a obra e sente uma vontade de viver muito forte. Já leu o livro ou quer ler? Deixa um comentário deixando seu ponto de vista sobre a história.